DJM-V10 vs Xone:96 - Duelo de titãs nas mesas de mistura
Duas das ofertas mais avançadas atualmente são a Pioneer DJM-V10 e a Allen & Heath Xone:96
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No universo das mesas de mistura profissionais, cada nova proposta procura equilibrar inovação, prestígio de marca e funcionalidade para satisfazer DJs exigentes. Duas das ofertas mais avançadas atualmente são a Pioneer DJM-V10 e a Allen & Heath Xone:96. Apesar de ambas serem equipamentos topo de gama, abordam o desafio com filosofias diferentes. Vamos destrinçar os prós, os contras e a experiência de uso, para ajudar quem pretende investir numa mesa para nível profissional.
Visão geral técnica
Pioneer DJM-V10
É uma mesa de 6 canais projetada para permitir setups criativos complexos, com flexibilidade máxima.
Processamento digital interno de 64 bits (mistura) + conversores A/D e D/A de 32 bits, com circuito de relógio de baixo jitter.
Equalização de 4 bandas por canal (Hi, Hi-Mid, Low-Mid, Low) com possibilidade de corte total nas bandas altas e baixas.
Compressão por canal — para elevar volumes ou uniformizar dinâmicas de faixas menos bem masterizadas.
Seção expandida Send/Return para integração com FX externos, e efeitos internos dedicados.
Master isolator de 3 bandas, duplo saídas de auscultadores, e opções de entradas variadas (digital, linha, phono) por canal.
Interface de controlo e integração com sistemas de luz/vídeo (via ProDJLink / ShowKontrol).
Limitações / pontos de atenção:
É uma mesa bastante recente e avançada: curva de aprendizagem pode ser elevada para quem vem de mesas mais “tradicionais”.
O uso intenso de processamento digital, dependendo do ambiente e latência, pode exigir bom planeamento de configuração.
Por ainda não estar tão difundida como mesas “clássicas” de clubes, alguns DJs convidados podem não estar familiarizados com suas particularidades — especialmente no que toca à 4ª banda de EQ ou compressão por canal.
O preço tende a ser elevado, pelo facto de ser uma solução de topo.
Allen & Heath Xone:96
A Xone:96 é uma evolução da renomada série Xone (como a Xone:92), mantendo a sua identidade sonora e de construção robusta.
É uma mesa “analógica / híbrida” com grande foco na qualidade do som analógico e no controlo manual (filtros, ressonância, etc.).
Contém 8 entradas de nível linha, 2 entradas MIC, 4 saídas de auscultadores, além de muitas opções de send/return para efeitos externos.
Dois módulos de filtro dedicados “Xone filter” com controlo de “crunch / ressonância”, característicos da linha Xone.
Crossfader “Innofader MINI” de alta qualidade para scratching.
Integração digital via interface USB dupla (o que permite setups com software DJ).
Construção robusta — “built like a tank” segundo revisores — que inspira confiança para uso intenso.
Limitações / pontos de atenção:
Ao contrário do DJM-V10, não aposta tanto em efeitos internos “criativos” — a ênfase recai mais no som puro, no controlo analógico e no uso de módulos externos.
Alguns utilizadores reportaram que os botões/knobs podem ser menos visíveis em ambientes escuros ou com pouca luz.
A mesa tende a aquecer bastante, especialmente em uso prolongado, exigindo bons cuidados com ventilação.
Em reviews era mencionado que o suporte a Serato ou Rekordbox DVS (digital vinyl system) poderia não estar totalmente garantido (ou não no lançamento).
Qual escolher, para quem e por quê
Para DJs que querem “tudo integrado e flexível”
Se procuras uma mesa onde possas construir setups complexos com muitos dispositivos, efeitos internos e integrar controlos de luz/vídeo, a DJM-V10 apresenta uma proposta mais completa “all-in-one”. A compressão por canal e EQ de 4 bandas dão-lhe uma vantagem extra em moldar o som conforme diferentes estilos musicais.Para puristas do som analógico e controle clássico
Se valorizes a “alma” sonora analógica, queres filtros expressivos e tens um arsenal de efeitos externos que preferes gerir por ti, a Xone:96 oferece controle direto e som “virgem”. Muitos DJs apreciam a sensação tátil de manipular filtros e controles físicos com comportamento previsível.Curva de aprendizagem e expectativa de domínio
Aumentar o nível com a DJM-V10 pode exigir aprender novas práticas, especialmente para quem vinha de mesas mais simples ou tradicionais. Por outro lado, a Xone:96, embora sofisticada, herda muitos conceitos da série Xone familiar para muitos DJs.Cenários de uso e compatibilidade
Em clubes onde o DJ assume setups padrão (CDJs + mesa simples), usar uma mesa menos convencional pode gerar hesitações nos convidados. Se o local já tiver mesa tradicional, o risco é menor. Também convém confirmar suporte de DVS / integração com teu software preferido.Orçamento e investimento a longo prazo
Ambas são soluções topo de gama e caras, mas como a DJM-V10 é mais recente, pode haver valorização no futuro ou necessidade de firmware extras. Já a Xone:96 tem já uma base instalada e uma reputação de mesa robusta.
Considerações finais
A escolha entre DJM-V10 e Xone:96 acaba por depender muito do perfil de DJ que és (ou pretendes ser). Se gostas de controle, experimentação e ter muitos recursos “à mão”, a DJM-V10 parece mais ambiciosa. Se preferes uma abordagem clássica, com som analógico de referência e domínio manual, a Xone:96 pode proporcionar uma experiência mais direta e “imersiva”.