DJM-V10 vs Xone:96 - Duelo de titãs nas mesas de mistura

Duas das ofertas mais avançadas atualmente são a Pioneer DJM-V10 e a Allen & Heath Xone:96

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10/9/20253 min read

No universo das mesas de mistura profissionais, cada nova proposta procura equilibrar inovação, prestígio de marca e funcionalidade para satisfazer DJs exigentes. Duas das ofertas mais avançadas atualmente são a Pioneer DJM-V10 e a Allen & Heath Xone:96. Apesar de ambas serem equipamentos topo de gama, abordam o desafio com filosofias diferentes. Vamos destrinçar os prós, os contras e a experiência de uso, para ajudar quem pretende investir numa mesa para nível profissional.

Visão geral técnica
Pioneer DJM-V10
  • É uma mesa de 6 canais projetada para permitir setups criativos complexos, com flexibilidade máxima.

  • Processamento digital interno de 64 bits (mistura) + conversores A/D e D/A de 32 bits, com circuito de relógio de baixo jitter.

  • Equalização de 4 bandas por canal (Hi, Hi-Mid, Low-Mid, Low) com possibilidade de corte total nas bandas altas e baixas.

  • Compressão por canal — para elevar volumes ou uniformizar dinâmicas de faixas menos bem masterizadas.

  • Seção expandida Send/Return para integração com FX externos, e efeitos internos dedicados.

  • Master isolator de 3 bandas, duplo saídas de auscultadores, e opções de entradas variadas (digital, linha, phono) por canal.

  • Interface de controlo e integração com sistemas de luz/vídeo (via ProDJLink / ShowKontrol).

Limitações / pontos de atenção:

  • É uma mesa bastante recente e avançada: curva de aprendizagem pode ser elevada para quem vem de mesas mais “tradicionais”.

  • O uso intenso de processamento digital, dependendo do ambiente e latência, pode exigir bom planeamento de configuração.

  • Por ainda não estar tão difundida como mesas “clássicas” de clubes, alguns DJs convidados podem não estar familiarizados com suas particularidades — especialmente no que toca à 4ª banda de EQ ou compressão por canal.

  • O preço tende a ser elevado, pelo facto de ser uma solução de topo.

Allen & Heath Xone:96
  • A Xone:96 é uma evolução da renomada série Xone (como a Xone:92), mantendo a sua identidade sonora e de construção robusta.

  • É uma mesa “analógica / híbrida” com grande foco na qualidade do som analógico e no controlo manual (filtros, ressonância, etc.).

  • Contém 8 entradas de nível linha, 2 entradas MIC, 4 saídas de auscultadores, além de muitas opções de send/return para efeitos externos.

  • Dois módulos de filtro dedicados “Xone filter” com controlo de “crunch / ressonância”, característicos da linha Xone.

  • Crossfader “Innofader MINI” de alta qualidade para scratching.

  • Integração digital via interface USB dupla (o que permite setups com software DJ).

  • Construção robusta — “built like a tank” segundo revisores — que inspira confiança para uso intenso.

Limitações / pontos de atenção:

  • Ao contrário do DJM-V10, não aposta tanto em efeitos internos “criativos” — a ênfase recai mais no som puro, no controlo analógico e no uso de módulos externos.

  • Alguns utilizadores reportaram que os botões/knobs podem ser menos visíveis em ambientes escuros ou com pouca luz.

  • A mesa tende a aquecer bastante, especialmente em uso prolongado, exigindo bons cuidados com ventilação.

  • Em reviews era mencionado que o suporte a Serato ou Rekordbox DVS (digital vinyl system) poderia não estar totalmente garantido (ou não no lançamento).

Qual escolher, para quem e por quê
  • Para DJs que querem “tudo integrado e flexível”
    Se procuras uma mesa onde possas construir setups complexos com muitos dispositivos, efeitos internos e integrar controlos de luz/vídeo, a DJM-V10 apresenta uma proposta mais completa “all-in-one”. A compressão por canal e EQ de 4 bandas dão-lhe uma vantagem extra em moldar o som conforme diferentes estilos musicais.

  • Para puristas do som analógico e controle clássico
    Se valorizes a “alma” sonora analógica, queres filtros expressivos e tens um arsenal de efeitos externos que preferes gerir por ti, a Xone:96 oferece controle direto e som “virgem”. Muitos DJs apreciam a sensação tátil de manipular filtros e controles físicos com comportamento previsível.

  • Curva de aprendizagem e expectativa de domínio
    Aumentar o nível com a DJM-V10 pode exigir aprender novas práticas, especialmente para quem vinha de mesas mais simples ou tradicionais. Por outro lado, a Xone:96, embora sofisticada, herda muitos conceitos da série Xone familiar para muitos DJs.

  • Cenários de uso e compatibilidade
    Em clubes onde o DJ assume setups padrão (CDJs + mesa simples), usar uma mesa menos convencional pode gerar hesitações nos convidados. Se o local já tiver mesa tradicional, o risco é menor. Também convém confirmar suporte de DVS / integração com teu software preferido.

  • Orçamento e investimento a longo prazo
    Ambas são soluções topo de gama e caras, mas como a DJM-V10 é mais recente, pode haver valorização no futuro ou necessidade de firmware extras. Já a Xone:96 tem já uma base instalada e uma reputação de mesa robusta.

Considerações finais

A escolha entre DJM-V10 e Xone:96 acaba por depender muito do perfil de DJ que és (ou pretendes ser). Se gostas de controle, experimentação e ter muitos recursos “à mão”, a DJM-V10 parece mais ambiciosa. Se preferes uma abordagem clássica, com som analógico de referência e domínio manual, a Xone:96 pode proporcionar uma experiência mais direta e “imersiva”.